Livros em PDF para Download - Domínio Público
José de Alencar, um dos grandes patriarcas da literatura brasileira, pelo volume e mensagem de sua obra, deu à ficção produzida no século XIX, um tratamento monumental. Escritor romântico, enfocou os mais importantes aspectos da nossa realidade: o índio e o branco; a cidade e o campo; o sertão e o litoral. A presente obra, que lhe granjeou popularidade ao ser lançado em folhetim, era lido avidamente, até nas ruas, à luz dos lampiões. O romance conta a história de amor entre o índio Peri e a moça branca Ceci, tendo como cenário o Brasil do século XVII.
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José de Alencar, um dos grandes patriarcas da literatura brasileira, pelo volume e mensagem de sua obra, deu à ficção produzida no século XIX, um tratamento monumental. Escritor romântico, enfocou os mais importantes aspectos da nossa realidade: o índio e o branco; a cidade e o campo; o sertão e o litoral. A presente obra, que lhe granjeou popularidade ao ser lançado em folhetim, era lido avidamente, até nas ruas, à luz dos lampiões. O romance conta a história de amor entre o índio Peri e a moça branca Ceci, tendo como cenário o Brasil do século XVII.
Peri percebe a ampla vantagem do inimigo e, para salvar a família, se submete a um grande sacrifício. Sabendo que os aimorés eram canibais, Peri se envenena e vai para combate.
A ideia do índio era: ao morrer a tribo se alimentaria da sua carne e, a seguir, morreria, porque a carne estaria envenenada. Essa seria a única maneira de Peri proteger Ceci.
Por fim, felizmente, Álvaro descobre o plano de Peri e consegue o salvar. Os projetos de Loredano também não vão a frente e ele acaba condenado a morrer na fogueira.
Álvaro, após salvar Peri, é assassinado pelos índios e Isabel, desesperada, se mata para acompanhar o amado na próxima vida.
A fazenda da família Mariz é incendiada e, a fim de salvar a filha, D.Antônio batiza Peri e o autoriza a fugir com ela.
O romance se encerra após um grande temporal, com Peri e Ceci desaparecendo no horizonte.
D.Antônio de Mariz
Pai de Cecília, D.Diogo e Isabel. Fidalgo português que se estabelece com a família em uma fazenda as margens do rio Paquequer, interior do Estado do Rio de Janeiro.
D.Lauriana
Mãe de Cecília e D.Diogo, esposa de D.Antônio de Mariz.
D.Diogo
Irmão de Cecília e meio irmão de Isabel, D.Diogo é filho do casal D.Antônio e D.Lauriana.
Isabel
Filha bastarda de D.Antônio com uma índia, Isabel é uma morena sensual que vive com a família Mariz. É apaixonada por Álvaro de Sá.
Álvaro de Sá
Amigo de longa data da família Mariz, Álvaro de Sá nutre uma paixão não correspondida por Cecília. A meia irmã de Ceci, Isabel, por sua vez, é apaixonada por Álvaro de Sá.
Loredano
Empregado da fazenda de D.Antônio de Mariz, Loredano é um vilão por excelência. Planeja usurpar o patrimônio do patrão e raptar Ceci.
“O Guarani” foi publicado originalmente como folhetim de janeiro a abril de 1957, sendo lançado na forma de livro no final desse mesmo ano. A obra é um dos maiores representantes da primeira fase do modernismo brasileiro, conhecida como fase indianista. Como o próprio nome diz, essa fase procurava valorizar o índio de forma a transformá-lo em um verdadeiro herói nacional. José de Alencar tinha a intenção de criar obras que mostrassem a realidade brasileira de sua época, exibindo as belezas do Brasil e o índio. Assim, Alencar contou através da história de amor de Peri e Ceci em “O Guarani” o tema da miscigenação entre o índio e o branco.
Na época de seu lançamento, “O Guarani” obteve muito sucesso de público e crítica. Os leitores de então já estavam acostumados com a leitura de folhetins, mas o formato “romance” ainda não estava bem desenvolvido no Brasil. Com o lançamento de “O Guarani”, esse novo gênero literário ganhou força e passou a ser produzido com maior frequência e qualidade pelos escritores brasileiros. Por conta disso, essa obra é considerada o primeiro grande romance brasileiro. Uma característica interessante de “O Guarani” é que José de Alencar foi escrevendo a história de acordo com a opinião que recebia de seus leitores. Diversas vezes ele mudou o destino de alguma personagem por ter recebido reclamação ou sugestões.
“O Guarani” também pode ser considerado um romance histórico, uma vez que diversas personagens são inspiradas em pessoas reais. Além disso, têm-se também uma caracterização do Brasil da época como sendo um espelho da Europa medieval. Um exemplo significante é o de D. Antônio de Mariz, cuja fortaleza é descrita como sendo uma mistura da arquitetura colonial brasileira com a de um castelo medieval. Além disso, a relação dele com a de seus empregados é igual a que um senhor feudal tem com seus vassalos.
A estrutura do romance também segue o clássico modelo da história romântica: há uma moça bonita, o herói e o vilão. Ceci é a bela “princesa” loira e pura, filha do nobre D. Antônio de Mariz. Por ela se apaixonam três homens: Loredano, Álvaro e Peri. Loredano, que na verdade é o frei Ângelo di Luca, é o grande vilão do romance e sua paixão por Ceci não passa de um desejo sexual. Em contraste a Loredano está Peri, o índio e grande herói da história. Seu amor por Ceci tem tons de sagrado e ele a vê como uma imagem de Nossa senhora. No meio desses dois opostos encontra-se o nobre cavalheiro Álvaro, que ama Ceci de forma respeitosa e a vê como futura esposa. Porém, em certo momento ele acaba se envolvendo com Isabel, uma moça mestiça filha de D. Antônio com uma índia. Isabel é uma personagem com bastante força dentro da história, uma vez que ela encarna o complexo de inferioridade e o preconceito que sofre por ser mestiça.
O amor de Peri e Ceci é representado bem ao gosto do romantismo: Peri é o herói que se dedica inteiramente a sua amada, idolatrando-a como sua senhora. Ao final do romance, Peri realiza um ato heroico de sacrifício tomando veneno para que a tribo antropófaga dos aimorés morresse envenenada após comer sua carne. Porém, Álvaro acaba convencendo-o a tomar o antídoto e é salvo. Após a derrota dos portugueses, D. Antônio pede a Peri que ele se converta ao cristianismo e fuja com sua filha Ceci.
Dessa forma, o índio abandona sua tribo, língua e religião em nome de sua amada. Esta gradual transformação de Peri mostra a imposição da cultura branca e do cristianismo, e uma posterior assimilação do “selvagem” idealizado. Por fim, cabe ressaltar que a cena final de Peri e Ceci sumindo no horizonte seria uma representação das origens do povo brasileiro. Assim, sendo um casal formado por uma portuguesa e por um índio, eles seriam os fundadores da nação brasileira.
Qual é o foco narrativo do livro O Guarani?
Quem foi o herói de O Guarani?
Quem escreveu O Guarani e Iracema?
Qual foi a editora do livro O Guarani?
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