“Notas do subsolo” é um marco no grandioso conjunto de obras que Dostoiévski legou à humanidade. Dotado de um humor mordaz, provocativo e desafiador, este livro introduz as ideias de moral e política que o escritor mais tarde abordaria nas obras-primas “Crime e castigo” e “Os irmãos Karamazóv”. Sua ideia de “homem subterrâneo” legou à ficção europeia moderna um dos seus principais arquétipos, encontrado também em Kafka, Hesse, Camus e Sartre: o anti-herói morbidamente obcecado com a sua própria impotência de lidar com a realidade que o cerca. Esta obra, publicada inicialmente na revista Epokha, editada por Dostoiévski e por seu irmão Mikhail, traz em si várias discussões filosóficas. Dividida em duas partes, é um autoflagelante monólogo no qual o narrador, um rebelde contrário ao materialismo e ao conformismo, discute sua visão negativa do mundo e aborda as principais questões do seu tempo, constituindo uma narrativa de uma intensidade incomum. Tradução do russo de Maria Aparecida Botelho Pereira Soares.
Valentin Louis Georges Eugène Fiódor Mikhailovitch Dostoiévsk - Fedor Dostoievski (em russo: Фёдор Миха́йлович Достое́вский, Fyodor Mikháylovich Dostoyévsky; AFI: [ˈfʲodər mʲɪˈxajləvʲɪtɕ dəstɐˈjɛfskʲɪj]; Moscovo, 30 de outubro (c. juliano) / 11 de novembro de 1821 — São Petersburgo, 28 de janeiro (c. juliano) / 9 de fevereiro de 1881) – ocasionalmente grafado como Dostoievsky – foi um escritor, filósofo e jornalista russo, considerado um dos maiores romancistas da história e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos.[3][4] É tido como o fundador do existencialismo, mais frequentemente por Notas do Subterrâneo, descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para existencialismo já escrita".
A obra dostoievskiana explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio: seus escritos são chamados por isso de "romances de ideias", pela retratação filosófica e atemporal dessas situações.[6] O modernismo literário e várias escolas da teologia e psicologia foram influenciados por suas ideias.
Dostoiévski logrou atingir certo sucesso com seu primeiro romance, Gente Pobre, que foi imediatamente muito elogiado pelo poeta Nikolai Nekrássov[7] e por um dos mais importantes críticos da primeira metade do século XIX, Vissarion Belínski.[8] [9] Porém, o escritor não conseguiu repetir o sucesso até o retorno à Sibéria, quando escreveu o semibiográfico Recordações da Casa dos Mortos, sobre a prisão que sofrera. Posteriormente sua fama aumentaria, principalmente graças a Crime e Castigo.
Seu último romance, Os Irmãos Karamazov, foi considerado por Sigmund Freud como o melhor romance já escrito.[10] Perigoso, segundo Josef Stálin, até 1953 o currículo soviético para estudos universitários sobre o escritor o classificava como "expressão da ideologia reacionária burguesa individualista". Segundo ele mesmo, seu mal era uma doença chamada consciência.[11] A obra de Dostoiévski exerce uma grande influência no romance moderno, legando a ele um estilo caótico, desordenado e que apresenta uma realidade alucinada.
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