“A Volta do Parafuso : The Turn of the Screw”, de Henry James, foi inicialmente publicado em formato de folhetim em edições do jornal literário Collier’s Weekly: An Illustrated Journal. Enquadra-se bem no gênero novela em que Henry James foi particularmente bem-sucedido, constituindo um paradigma deste formato “curto demais para ser um romance e longo demais para ser um conto”. Em seu aparecimento em quatro partes nos primeiros meses de 1898 foi considerado um dos maiores triunfos literários do autor ao mesmo tempo em que foi tido como seu trabalho mais enigmático e controvertido.
O célebre escritor Oscar Wilde declarou, quando de seu lançamento: “é uma pequena história maravilhosa, sinistra e peçonhenta”. Fez enorme sucesso e se tornou um dos trabalhos mais populares do autor, provocando grande polêmica em relação ao comportamento da personagem principal, uma preceptora que narra a história de um casal de crianças possuído pelos espíritos de um criado de quarto e de uma antecessora sua. Não fica claro se os acontecimentos eram de fatos reais ou frutos de sua imaginação, o que pelo viés da análise freudiana da reprimida sexualidade vitoriana, poderia ser visto ser encarado como altamente suspeito.
Em “A Arte do Romance”, um de seus trabalhos de crítica literária mais elogiado, o próprio Henry James, ao falar sobre a gênese de “A Volta do Parafuso”, não se detém neste aspecto, revelando apenas o desejo de tecer uma fantasia, como um conto de fadas, uma remota história de fantasmas que lhe fora narrada e da qual conservava vagas lembranças. Nada indica que o autor levasse o tema de fantasmas a sério, mas sim, pensava mais na qualidade refinada de artista em realizar uma incursão menos previsível por um gênero literário marcado pela fantasia. Considerava A novela “um estudo sobre ‘tom’ concebido, o tom de um problema suspeito e sentido, de um tipo extraordinário e incalculável, o tom da trágica e requintada perplexidade”.
No entanto, com sua carga de sugestividade e seu poder de causar calafrios, “A volta do Parafuso” tornou-se um modelo de narrativa de terror psicológico e foi adaptada com grande sucesso, em 1961, para as telas do cinema pelo diretor inglês Jack Clayton, com roteiro elaborado por Truman capote e William Archibald. O filme chamado “Os Inocentes” foi considerado um dos mais belos exercícios de terror psicológico já feito no cinema, além de constituir um vigoroso exemplo de adaptação cinematográfica bem sucedida de uma obra-prima literária.
Henry James, Jr., OM (Nova Iorque, 15 de abril de 1843 — Londres, 28 de fevereiro de 1916) foi um escritor nascido nos Estados Unidos e naturalizado britânico. Uma das principais figuras do realismo na literatura do século XIX. Autor de alguns dos romances, contos e críticas literárias mais importantes da literatura de língua inglesa.
Filho do teólogo Henry James Senior e irmão do médico, filósofo e psicólogo William James.
Seu pai era um homem culto, filósofo, e fazia questão que os filhos recebessem uma ótima educação. Por isso viajou com a família para a Europa, em 1855, quando Henry tinha 12 anos, e durante três anos percorreram Inglaterra, Suíça e França, visitando museus, bibliotecas e teatros.
Regressaram aos Estados Unidos em 1858, para viajar de novo a Genebra e Bonn no ano seguinte. Em 1860, já estavam de volta a Newport, onde Henry e William - o irmão mais velho que se tornaria psicólogo e filósofo - estudaram com o pintor William Morris Hunt.
Henry começou a carreira de direito em Harvard em 1862. Mais interessado na leitura de Balzac, Hawthorne e George Sand e nas relações com intelectuais como Charles Eliot Norton e William Dean Howels, abandonou o direito para se dedicar à literatura. Seus primeiros textos e críticas apareceram em alguns jornais.
No começo de 1869, foi à Inglaterra, Suíça, Itália e França, países que lhe forneceriam uma grande quantidade de material para suas obras. Regressou a Cambridge em 1875. Viveu um ano em Paris, onde conheceu o círculo de Flaubert (Daudet, Maupassant, Zola) e, em 1876, fixou-se em Londres, onde escreveu a maior parte de sua extensa obra.
A carreira literária de Henry James teve três etapas. A primeira foi na década de 1870, com "Roderick Hudson" (1876), "The American" (1877) e "Daisy Miller" (1879) e culminou com a publicação de "Retrato de uma Senhora", em 1881, cujo tema é o confronto entre o novo mundo com os valores do velho continente.
Na segunda etapa, James experimentou diversos temas e formas. De 1885 até 1890, escreveu três novelas de conteúdo político e social, "The Bostonians" (1886), "The Princess Casamassima" (1886) e "The Tragic Muse" (1889), histórias sobre reformadores e revolucionários que revelam a influência da corrente naturalista.
Nos anos 1890-1895, chamados "os anos dramáticos", James escreveu sete obras de teatro, das quais duas foram encenadas, com pouco êxito. James voltou à narrativa com "A Morte do Leão" (1894), "The Coxon Fund" (1894), "The Next Time" (1895), "What Maisie Knew" (1897) e "A volta do parafuso" (1898).
As obras "The Beast in the Jungle" (1903), "The Great Good Place" (1900) e "The Jolly Corner" (1909), fazem parte da última etapa do trabalho de James, considerada por muitos críticos[quem?] como a mais importante, quando o autor explora o complexo funcionamento da consciência humana. Sua prosa torna-se densa, com a sintaxe cada vez mais intrincada. Essas características definem as três grandes obras dessa etapa final, "As Asas da Pomba" (1902), "Os Embaixadores" (1903) e "A Taça de Ouro" (1904).
Além dos romances, relatos curtos e obras de teatro, o autor deixou inúmeros ensaios sobre viagens, críticas literárias, cartas, e três obras autobiográficas. Os últimos anos da sua vida transcorreram em absoluto isolamento na sua casa, que só deixou em 1904 para regressar brevemente aos Estados Unidos depois de 20 anos de ausência.
Em 1915, com a Primeira Guerra Mundial, James adotou a cidadania britânica. Morreu aos 72 anos, pouco depois de receber a Ordem do Mérito britânica.
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