Esses índios possuíam um estilo de vida bastante simples. Muitas famílias guaranis moravam na mesma aldeia e, à noite, repousavam sobre esteiras macias forradas com folhas e penas de animais. Para se protegerem do frio, os indígenas mantinham alguma fogueira sempre acesa (tatá-rendaba), para a qual voltavam os pés quando dormiam. Entre os utensílios domésticos que usavam, pode-se citar: o cesto simples (jacá), o cesto pequeno com tampo (uru), o cesto com asa (samburá), a peneira (uru-pema), as panelas (nhaem-popô), o pote pequeno (camuti ou camucim), o recipiente central de água (y-guaçaba), as cuias que serviam de canecos, o fuso (y-yma) e o pilão (induá).
Entre os diferentes grupos de guaranis, havia os mais numerosos: os caiuás; os nhandevas; os chiriguanos e os mbiás. Entre os Guarani, os Mbiá, que se localizavam em Santa Catarina e no litoral paranaense, também eram chamados de carijós. O nome tem sua origem no termo cariyoc, que significa “descendente dos brancos”.
Esses índios eram conhecidos por serem bastante receptivos com os estrangeiros que atracavam em suas terras. Talvez seja por isso que foram completamente dizimados, sendo a cultura carijó completamente modificada.
Um aspecto bastante interessante da cultura guarani é o respeito que os adultos mantêm com relação às suas crianças, a ponto de tratá-las quase como adultos. Os pequeninos não possuem muitos brinquedos, mas têm uma grande autonomia para correrem pelas matas, brincarem de caçadas ou mesmo ajudar os adultos nas tarefas diárias e nas tomadas de decisão.
Os Guarani se encontram mais às margens do rio Paraná e ainda mantêm hábitos herdados de seus antepassados, formando atualmente a maior população dessa etnia do país.
DEBRET, Jean-Baptiste. Soldados e índios de Curitiba levando selvagens presos. 1834. Litografia, 32,6 cm x 21,2 cm. Século XIX.
índios Guarani